SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN: ABORDAGEM ODONTOLÓGICA E CONDICIONAMENTO

Autores

  • Lays de Andrade Cabral Centro Universitário UNIESP
  • Sânia Ávilla Rezende Lima UNIGRANRIO/RJ
  • Viviane Abreu de Souza Pereira UNIGRANRIO

Resumo

A Síndrome de Williams é uma alteração de ordem genética com múltiplas manifestações sistêmicas e físicas. Podem ser descritas como características físicas a presença de nariz pequeno e empinado, lábios grossos e grandes, dentes pequenos, queixo pequeno, baixa estatura, pálpebras volumosas e sorriso frequente. Também possuem atraso no desenvolvimento, no aprendizado e deficiência de atenção. O fenótipo comportamental dessa síndrome é caracterizado por um elevado grau de sociabilidade (se relacionam mais com os adultos do que com as crianças da mesma faixa etária), desinibição, loquacidade, impulsividade e facilidades pela música. No caráter odontológico, esses pacientes apresentam poucas características buco dentárias, com relevância em dentes geralmente menores, diastemas generalizados, e algumas mal oclusões. A importância de um acompanhamento odontológico em pacientes com necessidades especiais se refere à alta incidência de cárie, devido a limitações de habilidades motoras e uso de medicamentos que reduzem o fluxo salivar. Desse modo, o acompanhamento se torna extremamente necessário desde a infância até a fase adulta, reduzindo e contendo fatores que levariam ao surgimento de doenças periodontais e cáries, as quais possuem uma prevalência nesses pacientes. 

Numa consulta realizada em pacientes sindrômicos, como a síndrome de Williams, devemos levar em consideração o contato com os familiares, pois em primeiro momento eles se encontram preocupados e apreensivos com a reação comportamental dos filhos em ambiente odontológico.  A interação responsável-profissional e a interação profissional-paciente são de extrema importância para a coleta de dados e continuação do tratamento. A abordagem precoce prioriza aspectos preventivos, principalmente em pacientes que possuem alguma limitação física, médica ou comportamental, levando-os a se habituarem ao ambiente, os profissionais e a manipulação de sua boca. As consultas deverão ser curtas e pela manhã, onde o paciente estará mais disposto e cooperativo com o cirurgião dentista, em um horário ideal que não interfira na sua alimentação e higiene. Esta criança deve se consultar regularmente, com espaço de até 3 meses, onde o cirurgião dentista e a equipe avaliarão a progressão dela em âmbito odontológico. 

 

Palavras-chave: Síndrome de Williams Beuren; Abordagem Odontológica; Condicionamento; Pacientes com necessidades especiais.

Biografia do Autor

Lays de Andrade Cabral, Centro Universitário UNIESP

Discente do Curso de Odontologia UNIGRANRIO/RJ.

Sânia Ávilla Rezende Lima, UNIGRANRIO/RJ

Discente do Curso de Odontologia UNIGRANRIO/RJ.

Viviane Abreu de Souza Pereira, UNIGRANRIO

Docente UNIGRANRIO.

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Publicado

2022-07-28

Edição

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Artigos