FISIOTERAPIA E A HUMANIZAÇÃO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL EM TEMPOS DE COVID-19
Resumo
A pandemia COVID-19 atingiu todos os países do mundo, inúmeras medidas de confinamento, distanciamento social e de proteção dos mais vulneráveis foram de alguma forma tomadas pelos governos, pelos hospitais e serviços de saúde, influenciando algumas normas como o acompanhamento dos pais aos recém-nascidos internados. Neste sentido essa pesquisa teve o objetivo de analisar a Fisioterapia e a humanização nas unidades de terapia intensiva de neonatologia com a pandemia a COVID-19. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura do tipo descritiva. Foram coletadas informações das bases de dados com artigos brasileiros, ingleses e espanhóis dos últimos cinco anos. Verificou-se a falta de assistência fisioterapêutica na uti neonatal durante a pandemia (78,9%), logo, 21,1% apontaram protocolos fisioterapêuticos para assistência ao neonato. Foi apontado nos resultados que 78,9% da família do neonato está inserida no processo de humanização da assistência durante a pandemia. Assim, 63,2% dos estudos relatam sobre o efeito psicológico vivenciados pela família em relação a humanização da assistência. Nos estudos analisados, 73,7% não mencionaram condutas e manuseios dentro da assistência dos demais profissionais junto ao recém nascido relacionados à humanização. A prática de humanização dos fisioterapeutas durante a pandemia foi pouco mencionada nos estudos encontrados, dado alarmante, tendo em vista que os fisioterapeutas estão mais preocupados com procedimentos do que com a humanização. A manutenção dos profissionais foi de extrema importância, tendo em vista que o neonato poderia ser afetado em um espaço que proporcionasse múltiplas experiências, como também, a prevenção de contaminação para eles.
Palavras-Chave: Humanização; Recém-nascido; Neonatologia; COVID-19.
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