INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: REVISÃO DE LITERATURA
Resumo
No contexto da fisioterapia no âmbito hospitalar e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), faz-se necessário no processo de reabilitação, prevenção de lesões e tratamento de sequelas dos pacientes mais críticos. O uso da Mobilização Precoce (MP) em pacientes acamados e restritos ao leito é utilizado para diminuir os efeitos deletérios do imobilismo gerado no leito, prevenindo contraturas musculares, prevenção de úlceras e escaras e diminuição do tempo hospitalar. Desta forma, o presente estudo busca conhecer a utilização da MP na UTI pediátrica e adulto; avaliar os critérios necessários para a realização dos procedimentos; identificar os protocolos utilizados dentro da UTI adulto e pediátrica, e conhecer as repercussões da mobilização precoce no tempo de hospitalização. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica qualitativa de artigos da base de dados do SciELO, LILACS, PubMed e Cochrane Library, com dados dos últimos 05 anos, a partir dos seguintes descritores, “Deambulação precoce”, “cuidados críticos”, “força muscular”, “terapia intensiva”, “fisioterapia”, “Early mobilization”, “intensive care”, “Physiotherapy”. Foram incluídos na pesquisa 33 artigos, onde foi possível observar que 63,6% dos mesmos, realizam uma avaliação dos pacientes antes de realizar o protocolo de MP com os pacientes. Apenas 48,5% dos profissionais de fisioterapia utilizam protocolos de atendimento com os pacientes nas UTI’s. Apresentando também, o que foi mais utilizado em pacientes acamados ou restritos ao leito, como o exercício passivo, alongamento e o uso de ADM porém, tendo pouco ou nenhum efeito nos desfechos neuromusculares. Também é demonstrado que, 42,2% dos fisioterapeutas utilizam a MP com os pacientes acamados ou restrito ao leito, com o intuído de prevenir doenças cardiopulmonares, restrições osteomioarticulares e problemas dermatológicos. Foi relatado que quanto mais cedo for iniciada a MP, menos efeitos colaterais podem ser observados, fazendo assim, com que o paciente não sofra com déficit de capacidades neurofuncionais.
Palavras-chave: Mobilização Precoce; Terapia Intensiva; Imobilismo; Fisioterapia.
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