O NUTRICIONISTA E A SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA

Resumo

A obesidade mórbida – OM – pode ser definida pelo índice de massa corporal (IMC), quando o peso ultrapassa o valor 50 do IMC ou quando seu peso estiver 200% acima do ideal para a sua altura. Atualmente, a cirurgia bariátrica ou gastroplastia é a ferramenta médica mais utilizada no controle e tratamento da OM. Dentre os principais benefícios decorrentes desta conduta estão à perda e a manutenção do peso, melhora das doenças associadas aos sistemas cardiovascular e articular, elevando a qualidade de vida. Embora as técnicas utilizadas neste procedimento sejam mistas, baseiam-se na redução da capacidade do estômago em receber alimentos. Além disso, estudos revelam que a população obesa apresenta deficiências nutricionais comuns: vitaminas A, C, D, e B12, folato, tiamina, ferro, ferritina, zinco e selênio. Se essa população obesa, após a gastroplastia, obtiver dietas de muito baixo valor calórico (menos de 800 kcal/dia) ou de baixo valor calórico (entre 800 kcal/dia e 1200 kcal/dia), ocorrerá a necessidade de intervenção profissional (nutricionista) para prescrição e orientação da suplementação alimentar para que atinjam a Recomendações Dietéticas de Referência. Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi ressaltar a importância da intervenção do nutricionista, no acompanhamento do paciente com diagnóstico de OM, quanto à suplementação alimentar, no pós-operatório da cirurgia bariátrica, com o intuito de tratar e/ou prevenir o surgimento de deficiências nutricionais. A presente pesquisa fez uso de um levantamento bibliográfico (2003-2015), utilizando as bases de dados Lilacs e Medline, onde foram consultados artigos, dissertações e teses, em busca das seguintes palavras-chave, obesidade, cirurgia bariátrica e deficiência nutricional.  Diversas pesquisas mostraram a ocorrência de “deficits” nutricionais, devido à restrição alimentar e a má absorção, consequentes à gastroplastia, principalmente de micronutrientes (vitaminas e sais minerais), necessários à homeostase sistêmica. Mesmo que consumidos em quantidades diminutas, são essenciais, e sua ausência ou diminuição na alimentação poderá trazer prejuízos à saúde. Por exemplo, o ferro deve ser ofertado com adição de vitamina C (500mg/dia), na prevenção da anemia ferropriva. A absorção de cálcio é favorecida pela vitamina D, portanto sua ingestão deve ser incentivada e monitorizada. Trabalhos recentes sugerem a suplementação de vitaminas e minerais, principalmente no pós-cirúrgico da cirurgia bariátrica, visando perda ponderal com preservação do estado nutricional.Porém, o sucesso da suplementação nutricional está atrelada, sobretudo, a conscientização de pacientes e familiares, assim como da equipe médica sobre a participação do nutricionista no pós-operatório. Dessa forma, o acompanhamento do paciente, no pós-operatório da gastroplastia, pelo nutricionista é crucial e justificado para o tratamento e/ou prevenção das deficiências nutricionais identificadas nesse período.